Por: Túlio Alves / Ascom

A cerimônia de entrega dos instrumentos da Banda Sinfônica Municipal Divino Páscoa da Silva, foi realizada na última sexta-feira (19), pela Secretaria Municipal do Trabalho, Integração Social e Habitação (SEMTISH), no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Entre os instrumentos estão violões, violinos, flautas, bateria, saxofone e outros.

A Banda Sinfônica faz parte de um trabalho inovador pensado para o município, que nasceu com a expectativa de dar mais oportunidades às crianças e adolescentes da comunidade.

O prefeito Jesus Evaristo destacou a importância deste trabalho. “Muitas dessas crianças que estão conosco participando desse projeto tem a vontade, o dom, mas até então não tinham a oportunidade de se desenvolver no meio musical. E nós estamos dando essa oportunidade. Além disso, nós acreditamos que esse trabalho vai contribuir muito com a formação social desse público. Esse é o principal objetivo,” frisou.

Com a entrega os integrantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, do CRAS, terão a oportunidade de aprender a tocar com profissionais renomados e de forma gratuita. As aulas serão ofertadas duas vezes por semana.

O maestro Wada Francyel, um dos responsáveis pela formação da banda, falou do empenho da gestão municipal para tocar o projeto. “A música é um agente transformador nas nossas vidas. Sem dúvidas esse projeto vai somar muito no desenvolvimento e na formação de muitos cidadãos novaolindenses, mas isso só será possível porque a gestão municipal tem se dedicado para dar andamento ao que até pouco tempo era apenas uma ideia,” disse.

Homenagem

A Banda Sinfônica recebeu o nome de Divino Páscoa da Silva, como homenagem à um dos maiores nomes da música novaolindense.

Divino Páscoa da Silva, ou simplesmente Divininho como era popular e carinhosamente conhecido, nasceu no dia 17 de março de 1957. Filho de Ovídio Domingos da Silva, conhecido como Seu Crioulo, e de dona Maria Páscoa da Silva, era natural de Morrinhos no Estado de Goiás.

Mas a família escolheu Nova Olinda como lar. Chegaram nessas terras ainda no ano de 1969, na época o Tocantins ainda nem existia, era norte de Goiás. Só que a história de Divino Páscoa da Silva na música começou ainda antes disso. Logo aos 4 anos de idade ganhou um violão de plástico, presente de seu pai, Seu Crioulo.

Foi ali que Divino começou a demonstrar que de fato havia nascido para a música. Mesmo com um violão de brinquedo já mostrava o seu dom e desenrolava as suas primeiras notas. 

Quatro anos depois, com 8 anos de idade, ganhou seu primeiro violão de verdade, um companheiro que levou por toda a vida.

Nesse espaço de tempo, com todo o talento, esforço, dedicação e amor pela música, Divino se mudou para Colinas, em 1983. Lá começou a dar aulas, participou de concursos, foi vencedor e premiado. Logo depois mudou-se para Araguaína, onde viveu por cinco anos dando aulas em uma escola particular.

Mas a sua volta para Nova Olinda era certa. Após o retorno também deu aulas particulares na cidade e transmitiu os seus conhecimentos a muitos, que hoje, são músicos, por hobby ou profissão.

Divino tocava violão, viola, cavaquinho, teclado, bateria e outros instrumentos. Foi músico na igreja e tocava nas tradicionais Folias de Reis. Era tido como um homem calmo, dedicado, preocupado com os amigos, e um completo apaixonado pela música.

Muito querido por todos os novaolindenses, faleceu no dia 20 de dezembro de 2012, logo depois de sair de uma Novena de Natal, vítima de uma insuficiência cardíaca. 

A morte repentina pegou todos de surpresa pois Divino ainda era um homem jovem e cheio de sonhos, um deles era de formar uma banda. 

Pela sua história e contribuição musical, a gestão decidiu fazer a homenagem, batizando então a Banda Sinfônica de Divino Páscoa da Silva.